TAYANE SANSCHRÍ

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011



As madrugadas têm um cheiro estranho: meio agridoce.
Apesar de que prefiro a madrugada: nela abastecemos os sonhos mais inocentes, realizamos os desejos mais proibidos, nela enxergamos o improvável,fazemos amor com mais intensidade.
É na madrugada que a inspiração me abraça de uma forma tal, que tenho a sensação que fui tomada por uma entidade fantasmagórica capaz de me nutrir com idéias, palavras que nem eu sabia que poderia ter.
É também na madrugada que trago a lembrança do seu cheiro, do som do seu sorriso, do seu abraço mais apertado [...] E, quando isso acontece, sou embalada pelo tempo até cair no sono.
E quando desperto, sempre me pego olhando a folhinha, pra saber que dia é, numa tentativa insana de acreditar que o tempo é outro: aquele em que eu ainda tinha a sua presença, até na madrugada.

(Tayane Sanschrí)

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