TAYANE SANSCHRÍ

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Poesia de Dois



E ele chegou. Sem pontos, sem dúvidas, sem pressa, sem mágoa alguma. Inteireza, vastidão, lembrança. Um anjo, um santo, um bicho. Um homem. Ele. O mesmo que torna minhas palavras e meu coração bonitos. Costurados eles estão. Ele faz minha alma leve, tão somente. Crente de amor. Delicadeza de um sentir que nos torna Dois, valsa da vida.

Ele tirou de mim o que doía dentro do peito quando esbarrou sua alegria na minha, antes solitária, comprimida. Meu silêncio atravessou a rua para encontrar a música de dentro que tocava a parte perfumada daquela alma encontrada que me esperava do outro lado. Assim, resolvi me expor, desabrochar o lado que antes fazia falta. Dele talvez. Foi o mesmo que uma prece encontrá-lo tão meu. Tão em mim antes mesmo de eu perceber. Doçura de sabê-lo. Ali. Aqui. Não importa. Ele está.

Sou a menina daquele homem. A menina-mulher conduzida pela eterna moleca. Com ele me desmancho, me desfaço do laço de Um para tecer ao meu. Fazer Dois. A poesia uniu o espaço antes ocupado pela ausência. O destino que se fez abraço, caminho, encantamento. Surpresa do encontro.

E nesse meio de inverno, que logo lembra saudade quando se faz início de agosto, você me faz falta como melodia que se ouve uma vez e sempre se quer. Assim é você em mim. Prosa, verbo, certeza embrulhada em papel brilhante escrito: '- Nós nos reconheceríamos'. E aconteceu. Hoje somos.


(Bibiana Benites - Retirado do blog: Enttreaspas)

Um comentário:

  1. Flor, que surpresa encontrar meu texto aqui!

    Feliz que tenhas gostado.
    Ótima semana pra ti.

    Beijos meus.

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