TAYANE SANSCHRÍ

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A ARTE DE CONVERSAR


Que uma relação amorosa não sobrevive sem diálogo, ninguém duvida. Dialogar, porém, não significa exclusivamente discutir a relação. É mais do que isso e pode tratar de fatos do dia-a-dia, da família, do trabalho e até da vida e suas implicações. "Os homens sempre imaginam que vão levar bronca quando começa uma conversa a dois", diz Lídia. A diferença é que eles, criaturas mais operacionais, encaram conversas como um jeito de resolver problemas. Já as mulheres falam, quase sempre, para repensar a própria vida. "Temos de entender que solucionar problema é a forma masculina de demonstrar interesse", acrescenta a Lídia.
Outro bom conselho: aprenda a ouvir as queixas e as críticas dele sem se revoltar. "O homem não encontra na mulher uma interlocutora para falar de seus sentimentos porque ela não encara como sentimentos as experiências que ele traz para aconversa. Mal interpretado, acaba silenciando", como alerta o psicoterapeuta junguiano Alberto Lima, em seu livro 'Alma, Gênero e Grau', (ed. Devir Livraria). A comunicação precisa ser sempre cuidadosa. Críticas fazem parte, mas é preciso também ressaltar as qualidades do parceiro, usando palavras e tom adequados.
Para que a conversa não machuque, revele seus sentimentos, sem acusar. "diga sempre: é difícil para mim quando...ou fico triste ao perceber que ... ou me senti mal ao ver você... Evite colocações como: você me faz infeliz ou você não sabe tal coisa", enfatiza Lana. Isso não quer dizer que você deva engolir sapos. "Pessoas que não dizem o que sentem acumulam mágoas e, mais cedo ou mais tarde, elas reaparecem e daí pode ser tarde demais",diz a terapeuta.
Conversar é necessário, mas nem só de palavras se faz uma boa conversa. Sob a perspectiva taoísta, o sexo é uma ótima maneira de exercitar a capacidade de dialogar de um casal, pois ajuda a entrar em contato com sentimentos profundos. "Uma vida sexual feliz é uma forma de comunicação e estimula a conversa, ajuda a descobrir as compatibilidades e o desejo de se ajudarem mutuamente na jornada espiritual", afirma Mantak Chia e W.U. Wei, autores do livro 'Reflexologia Sexual - O Tao do Amor e do Sexo' (ed. Cultrix).
O sexo e o companheirismo devem andar juntos - um não exclui o outro. Aliás, o sexo é um termômetro do sentimento. Assim como um casal deve cuidar dos interesses em comum, também precisa manter acesa a chama da paixão. "Se as relações não estão satisfatórias, mas ainda há sentimento, é preciso resolver o conflito. Quanto maior o intervalo entre os encontros sexuais, maior o afastamento. A sexualidade precisa ser alimentada e reinventada sempre", afirma Mantak Chia.

Artigo retirado da Revista Bons Fluidos- março/2010

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